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sábado, 22 de outubro de 2011

Dessa vez vou postar um texto que, a pedido de um casal, elaborei para ser usado no ECC. Penso que pode ser de serventia para muitos que pensam em se casar ou aqueles que já se aventuram nesse lindo, mas exigente desafio que é ser família. Boa leitura a todos!


A VIVÊNCIA DO SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO
Pe. José Emerson Barros Cabral

“Não lestes que desde o principio o Criador os fez homem e mulher? E que disse: Por isso o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher e os dois serão uma só carne?”
Depois da pergunta dos fariseus, querendo pô-lo à prova, a respeito do divórcio, Jesus relembra o que sempre foi desde o início: a união verdadeira entre homem e mulher que os capacita a constituírem uma nova família segundo os moldes que Deus já havia previsto desde toda a eternidade e de acordo com aquilo que Ele mesmo havia pensado para a família humana. Ser uma só carne é estar em tal sintonia com o outro que nada nesse mundo os separa; nem mesmo a traição que é a pior agressão a um relacionamento, mas se há essa união verdadeira eu asseguro que não haverá nem mesmo a traição.
O Catecismo da Igreja Católica nos diz que o Matrimônio está no desígnio de Deus quando a Sagrada Escritura começa no Gênesis com a criação do homem e da mulher à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1, 26-27) e fecha-se com a visão das “núpcias do Cordeiro” (Ap 19,7). De um extremo a outro, a Escritura fala do casamento e de seu mistério (Cat. Ig. Cat. N° 1602). Deus quer o homem unido à sua mulher e somente a ela. Um homem e também uma mulher com um coração dividido não deve se aventurar a viver uma vida a dois, pois o casamento exige total dedicação e disponibilidade interior que se reflete em atitudes concretas que possibilitam, cada vez mais, o testemunho do verdadeiro amor que vem do próprio Deus.
É preciso ter bem presente que a vida a dois exige muita sinceridade, pois num mundo de mentiras e falsas percepções o casal precisa se resguardar daquilo que não corresponde ao verdadeiro sentido das coisas. Não dá pra conceber um casal que guarde segredos entre si, pois somente eles saberão a que grau de confiança chegou com a capacidade de se abrirem um ao outro. Os problemas do dia a dia não podem sufocar a abertura generosa de um para com o outro. É muito melhor abrir o coração diante de um fracasso ou problema do que ter que admitir um fracasso muito pior: o de não confiar. Confiança é a palavra de ordem, não a perda! É comum nos depararmos com as fraquezas do outro à medida que o tempo vai passando, até porque a convivência nos leva a isso; não nos assustemos, pois é normal. O amor é capaz de vencer tudo e se encarregará de tornar esse peso leve. Tudo isso está expresso no catecismo no N° 1643. A fidelidade conjugal, segundo o Catecismo, deve ser inviolável (N° 1646), ou seja, não pode ser até segunda ordem. O amor quer ser definitivo. Pode parecer difícil e até impossível ligar-se por toda a vida a um ser humano, por isso é de suma importância anunciar que Deus nos ama com um amor definitivo e irrevogável e os esposos participam desse amor. Deus os apoia e mantem nesse vínculo (N° 1648).
O casamento deve ser uma manifestação do Amor de Deus que nos amou primeiro e que resiste às tentações do nosso tempo. A traição deve ser superada pelo amor que perdoa e que nunca desiste de acreditar que é possível reconstruir o amor que sempre existiu; mas se não existiu, então não haverá solução. O amor verdadeiro nunca morre, nunca acaba. São Paulo nos diz: “O amor jamais passará” (ICor 13,8); Se a caridade(amor) jamais acabará está certo que o amor entre esposos também não acaba nunca, se é amor de verdade. Reflitamos sobre a nossa vivência em família e testemunhemos aos jovens casais a maravilha de se viver na Vontade de Deus. A vivência do Sacramento do Matrimônio se faz em coisas simples, como um sorriso, um abraço, uma conversa, uma brincadeira, mas pautados no amor que é a base de tudo. Quem ama é capaz de se sacrificar desde as pequenas coisas até as grandes. Como pode alguém dizer que ama se não é capaz de parar para ouvir as queixas do outro? Como é possível amar se não gastamos tempo para ouvir, corrigir e entender as fraquezas do outro? Depois de tudo isso, ainda estamos dispostos a assumir o desafio de formar uma família? Se sim, vamos em frente contando com a valiosa presença de Deus conosco; se não, não sabemos onde esta estrada o levará. 
Quero ainda indicar um vídeo que o Pe. Paulo Ricardo apresenta e que explica muito bem a diferença entre sentimento e amor e que responde aquela velha questão: E quando não sinto mais nada por ela(e)? Vale a pena Conferir: Casamento em Crise. Tudo o que fizermos para salvar nossas famílias será do agrado de Deus, pois Ele mesmo deseja que sejamos verdadeiras famílias, pautadas nos verdadeiros valores que nos resguardam das ilusões desse mundo. Se, depois de tudo isso, ainda alguém ainda quiser mais provas de que Deus ama a família, basta ler Jo 2, 1-11 e verá que o primeiro milagre que Jesus realiza na sua vida pública se dá num casamento. A Sagrada Escritura deixa muito claro que o ser humano precisa ser educado (Eclo 30), nunca deve estar sozinho e ser sempre amado. 
Rezo para que todos encontrem o sentido verdadeiro de ser família na simplicidade e na prudência. Que nenhuma atitude impensada venha a destruir o lindo projeto que Deus pensou para sua vida, mas que o perdão seja o princípio de uma vida nova, pois só assim faremos morrer a chaga do divórcio e fazer florescer o verdadeiro amor, pois O único critério que o cristão tem para testemunhar ao mundo o amor de Deus é o amor aos irmãos. Amor que vai além, não espera recompensas e sabe esperar".


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